Mostra de cinema indígena de Peruíbe

A Aldeia Tapirema e Cultive Resistência, com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, apresentam a Primeira Mostra de Cinema Indígena de Peruíbe.
A Mostra de cinema é um desdobramento do Curso de audio visual Aprendendo a filmar sonhos, que ocorreu na Aldeia Tapirema no inicio do ano de 2024. O curso, voltado às comunidades indígenas locais, teve como principal foco a capacitação das comunidades na arte do cinema e fotografia. Deste curso, saíram alguns curtas que serão exibidos nesta mostra.
Mas, como tudo nas aldeias é compartilhado, surgiu a ideia de abrirmos espaço para que indígenas de todos os cantos enviassem suas obras, seus filmes, seus curtas para nos conectarmos e conhecemos novos projetos e histórias de luta e resistência.

A programação ficou incrível e esperamos vocês na Aldeia Tapirema para assistir e se inspirar com o modo de vida dos povos originários, que mesmo com muita luta, se negam a chorar.

Confira abaixo a programação e como chegar na Aldeia Tapirema!

Programação

Para iniciar as atividades, a Aldeia Tapirema dará as boas vindas para todas as pessoas presentes com muita música, dança e rezos. Venham todos participar desse grande encontro!

Aprendendo a filmar sonhos foi um curso de audio visual organizado pela Aldeia Tapirema e Coletivo Cultive Resistência. Como resultado final do curso, foram feitos 4 curtas: Sonhos que me guiam, Fortalecendo o Nhanderekó, E-commerce e sustentabilidade e Sonhos de gerações. Cada um destes curtas foi feito por uma equipe diferente, dentro do Território indígena Piaçaguera, com o equipamento que se tinha em mãos e o sentimento que queria ser transmitido. Uma câmera na mão e os pés no território.

O filme acompanha de forma íntima a confecção dos Mantos Tupinambás feitos por Glicéria entre os anos de 2020 e 2021, como forma de reacender os saberes de sua aldeia. “Quando o manto fala e o que o manto diz” registra o momento que Glicéria dá voz e ecoa o chamado do Manto, com colaboração da fotógrafa Fernanda Liberti e o realizador cinematográfico Alexandre Mortagua.

Desescolarizar para descolonizar! Realizado durante a residência artístico-pedagógica “Nós somos a crise” na Escola Estadual Indígena de Ensino Médio Pascoal Leite Dias (Terra Indígena Terena Limão Verde – Aquidauana/MS). Projeto contemplado pelo Prêmio Mais Cultura nas Escolas ( MinC-MEC), por outras pedagogias possíveis!

O povo Pataxó carrega em sua trajetória muita luta e este documentário explana alguns destes fatos históricos com relatos trazidos diretamente pelos olhares indígenas. Kuiuba, guardiã dos cantos ancestrais, matriarca, artesã e jovem anciã é quem protagoniza este curta metragem com falas profundas regadas à memórias que costura com seus parentes das aldeias Barra Velha, Pé do Monte e Pará. O Território Indígena Barra Velha foi palco para gravação deste curta metragem e as cenas e lideranças gravadas são de três aldeias distintas dentro deste mesmo T.I. que abarca cerca de 22 aldeias do extremo sul da Bahia.

Ajaka Rete’i Kuery são as mulheres Mbya-Guarani quem tem as belas palavras. Suas falas guiam o modo de ser, a língua e espiritualidade de seu povo. Nhemboaty kunhangue é um curta-metragem documental dirigido por Patrícia Yxapy Ferreira e Geórgia Macedo e gravado durante uma oficina de audiovisual no III Encontro Nacional de Mulheres Guarani, que aconteceu em novembro de 2023 na Tekoa Koenju (São Miguel das Missões – Rio Grande do Sul).

Uma comunidade indígena do povo kariri, situada na Chapada do Araripe (zona rural do Crato/CE), reflete acerca da água: o mito indígena de recriação do mundo junto com as águas contra o mito desenvolvimentista capitalista de controle das águas e das corpas humanas e não-humanas que habitam o Rio São Francisco (Opará).

Os países do Norte Global são os maiores poluidores do planeta com suas emissões de CO2. Assim, criaram o sistema de créditos de carbono, que finge proteger florestas no Sul Global, que já são protegidas por seus povos originários. Uma farsa típica do capitalismo financeiro conhecida como “ar quente”. Os seres daquelas florestas, através de suas ativAÇÕES perforMÁGICAS, vieram revelar essa grande farsa e convidar a todos para fazer justiça ambiental com suas próprias mãos unidas numa grande espiral cósmica.

Poucos povos originários foram tão massacrados pelos bugreiros (caçadores de indígenas) quanto os Laklãnõ Xokleng, de Santa Catarina. Seu destino será definido num dos julgamentos mais importantes do Supremo, terá repercussão geral e definirá o futuro das demarcações de terras indígenas no Brasil. O processo que motivou a discussão trata da disputa pela posse da Terra Indígena Ibirama -Laklanõ, em Santa Catarina. Segundo agricultores, a área não estava ocupada por indígenas em 5 de outubro de 1988. A tese do Marco Temporal diz que só podem reivindicar terras indígenas as comunidades que as ocupavam na data da promulgação da Constituição Cidadã: 5 de outubro de 1988. Os Xokleng depois de décadas de perseguições e matanças forçaram o grupo a sair do território que hoje tentam retomar.

O documentário Kunhã Karai é a representação da força da mulher indígena que mesmo com seus territórios invadidos, com centenas de anos de violência e a desvalorização da sociedade para com as culturas indígenas, continuam resistindo e acreditando em seu potencial e força pessoal. Assim, é possível evidenciar para a sociedade a importância do espaço de fala aos povos originários e principalmente, o espaço de fala das mulheres originárias. O documentário retrata a vida de mulheres parteiras das etnias Tupi Guarani e Guarani Mbya, na maior cidade da América do Sul, São Paulo. São suscitadas reflexões sobre a forma de nascer e lidar com a chegada de uma nova vida, passando por histórias, conhecimentos ancestrais e cosmovisões indígenas. Demonstrando assim, a importância da tradição milenar e da forma de nascer como mantenedor de uma cultura ancestral, na preservação da saúde, da cultura, da natureza e do território. Uma viagem às raízes indígenas brasileiras que mostram o valor de uma cultura, do conhecimento dos povos originários e a luta de aldeias que vivem rodeadas da grande cidade de São Paulo.

A jornalista Catharina Apolinário propõe um documentário curta-metragem sobre o tema Racismo Ambiental. Em direção conjunta com a morubixaba Itamirim, o documentário transita pela realidade do povo Tupi-Guarani na Terra Indígena Piaçaguera, em Peruíbe, estado de São Paulo. O documentário apresenta aspectos políticos, culturais, histórias de resistência e as dificuldades enfrentadas na luta para perpetuação da cultura Tupi-Guarani em nossa região. Unindo arte e informação, traz entrevistas com anciãos e anciãs, inclusive na língua nativa e apresenta artistas locais. Parte deste conteúdo foi gravado em 2022, durante exercício de governo genocida em nível nacional, mas foi finalizado em 2023, observando a reconstrução das politicas de garantia de direitos, após virada histórica político social para os povos originários. O documentário foi feito com recursos do 9º FACUL Santos.

A Terra Me Disse é um documento sobre os primeiros dias na recém formada Aldeia Tapirema. Na verdade, vai além disto, o filme conta algumas histórias deste povo, destas famílias, seus sonhos e sua resistência para proteger a natureza.

A Aldeia Tapirema fica localizada no município de Peruíbe, litoral sul do estado de São Paulo. Foi diversas vezes invadida e tomada do seu povo e agora, eles voltaram para ficar e para mostrar que a luta pela terra é a luta pela vida.

Venha assistir os filmes!

Entrada Gratuita! 

Venha prestigiar os filmes e estar na comunidade! Você poderá assistir e participar de toda a programação que será divulgada 10 dias antes da Mostra.
A programação contará com apresentações culturais como canto e dança, exposição de artesanatos e também haverá venda de almoço para quem quiser passar o dia na Aldeia.

Sobre como chegar: Para quem vem de carro ou moto, usem o GPS somente até chegar a um ponto próximo da Aldeia (Rua Piratinins, 180, Peruibe), estacionem o carro nesta rua e a partir disto, sigam caminhando pela areia da praia até a Aldeia Tapirema. Para quem vem de ônibus, você pode pegar um 99 e pedir para descer nesta mesma rua e é só seguir pela praia até a entrada. A depender de onde você estiver vindo, não precisará ir até a rodoviária. Se você vem de bicicleta, poderá vir até a Aldeia Tapirema com ela e deixar ela dentro da Aldeia.

Aqui na Terra Indígena Piaçaguera existem outras 13 Aldeias, então sigam e nossas dicas para chegarem com tranquilidade até a Aldeia Tapirema!

Para mais detalhes e tirar dúvidas, criamos um grupo no Whatsapp. Basta clicar no botão abaixo para entrar. Nos vemos!

Onde será a Mostra?

A vivência será na Aldeia Tapirema, que fica dentro da Terra Indígena Piaçaguera, que está localizada em Peruíbe, litoral sul de São Paulo.

A Terra Indígena Piaçaguera morada de 400 indígenas tupi guarani distribuídos em onze aldeias. A trajetória dos Tupi-Guarani de Piaçaguera é marcada por resistência, luta e a busca por viver de acordo com sua cultura em um contexto bastante adverso, em razão da proximidade de duas cidades em expansão. O processo de demarcação da Terra Indígena consumiu muitos anos e conseguiram a homologação apenas em 2016.

A Terra Indígena está localizada no bioma da Mata Atlântica e ocupa uma área que vai desde a beira da praia até a serra do mar. É uma área bastante preservada – apenas 11% de seu território encontra-se desmatado – situada em uma região bastante urbanizada do litoral paulista, onde as atividades e os empreendimentos ligados ao turismo e ao lazer constituem base importante da economia local.

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